O gozo pleno do direito da escolha em suas decisões?
A alegria em colher os frutos semeados em suas escolhas?
O sabor da liberdade em suas decisões?
O orgulho pela conquista satisfatória?
Ao amanhecer, nossos sentidos reativam nosso ser acordando-nos para mais um dia de vida. O suave ruído da chuva lá fora nos faz sentir uma emoção que pode ou não ser satisfatória, ao lembrar que os ponteiros do relógio nos apressam para compromisso “inadiável”, o trabalho. No entanto, o coração dispara à lembrança de que ontem foi nosso ultimo dia. Nunca foi um bom lugar para se trabalhar, sempre houve razão para reclamações e queixas, mas, agora é hora de sair em busca do pão de cada dia e não há mais o desagradável local. De certo, fosse melhor cumprir com os compromissos assumidos a ter que lamentar a ausência da oportunidade.
Passado alguns instantes, o gosto do café fresquinho nos acorda e de volta à realidade, lembramos que em poucos minutos, nossa esposa sairá e com a ajuda de um vizinho taxista, levará nosso filho à escola, como em todos os dias. Nosso vizinho sai pontualmente às sete horas e trinta cinco minutos e às sete horas e cinqüenta e cinco minutos, deixa nosso filho na porta da escola. Todos os dias, o mesmo ritual se repete e ao final do mês, acertamos com ele os valores decorrentes.
Acabrunhados, não achamos ainda uma forma de informar a esposa quando ao desemprego, então, aproveitemos a oportunidade e façamos nós mesmos a jornada até a escola. Vamos usar nosso carro, assim, retornamos rápido e então daremos esclarecimentos. E assim seja, e assim aconteceu.
A caminho de casa e preocupado com o tema a ser abordado, deixamos passar despercebida uma nota ao rádio que fala sobre um grave acidente. Aumentamos o volume e conseguimos ouvir, ainda, os detalhes da noticia. Não é tão agradável assim, ouvir que alguém bateu seu carro contra um poste e uma vida tenha se perdido. Mesmo assim, mais próximo ainda de nossa casa e em sentido contrário, deparamos com a triste imagem de um veículo colidido ao poste de energia. Muitas pessoas, muitos comentários e um corpo envolto a uma manta clara manchada por sangue.
A visão impressiona então paramos e questionamos quanto ao que possa ter causado tamanha fatalidade? Não obstante, alguém nos informa: _Segundo o socorrista, o motorista pode ter sofrido um infarto fulminante e ao colidir com o poste já estava morto.
Não há o que fazer. Que Deus tenha piedade dessa alma. Sigamos nosso caminho. E assim foi.
Aproximando-nos ao portão, percebemos grande movimentação nos arredores de nossa casa e casas vizinhas. Logo, pensamentos desastrosos nos vêem a mente: Meu Senhor o que mais pode ter acontecido? Em desesperos saímos às carreiras e percebemos a esposa que nos notando a chegada, dirige-se ao nosso encontro e nos informa: Que tragédia. Nosso vizinho morreu em um acidente de carro aqui perto. Segundo testemunhas, ele bateu em poste de luz às sete horas e quarenta e cinco minutos.
O que é felicidade?